quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ética no jornalismo online

Georgia de Mattos

O jornalismo digital surgiu no Brasil no ano de 1995, o que transformou esse veículo de comunicação, devido ao acesso a melhores instrumentos de trabalho pelo jornalista. Contudo, vale lembrar que naquela época, poucas pessoas possuíam um computador ou sabiam usá-lo.

Com o advento do avanço tecnológico, pode-se dizer que, hoje, aproximadamente 2 milhões de pessoas preferem a informação on-line à impressa, devido à sua rapidez e atualização minuto a minuto.

É importante lembrar que os periódicos impressos também se utilizam das informações on-line, devido à sua rápida atualização. Entretanto, não se pode esquecer de que muitas dessas informações são inverídicas, devido à falta de tempo do jornalista para apurar os fatos, o que não o isenta, todavia, de estar ferindo o artigo 4°, Capítulo II do Código de Ética do Jornalismo, princípio fundamental a ser seguido por esses profissionais e empresas veiculadoras de notícias, que reza: “O compromisso fundamental dos jornalistas é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”.

O descumprimento da norma pelo jornalista, que age de forma anti-ética ao manipular notícias, seja através de texto ou de foto-montagem, denigre não só a sua imagem, como também a do veículo de comunicação que o contratou, não se podendo justificar tal ato pela falta de tempo para a apuração da realidade dos fatos.

Uma das mais freqüentes “vítimas” são as pessoas famosas, tais como políticos e artistas, esportistas, entre outros, constantemente atingidos pela publicações de fatos duvidosos, assim como por montagens feitas em computador, o que pode ocasionar processos com pena de dano moral para o jornalista e para a empresa à qual presta serviço.

Casos concretos, porém não totalmente apurados, também são constantemente noticiados na Web, sem que seja confirmada a veracidade dos fatos ao internauta, como no caso do acidente com o vôo 3054 da TAM, maior acidente aéreo do país, ocorrido em 17 de julho de 2007. Na apuração do evento, os jornalistas não se preocupavam em apurar a veracidade dos fatos informados na Web, por alegação de falta de tempo hábil para fazê-lo.

O profissional da imprensa deve, como todo aquele que trabalha com meios de comunicação, lembrar-se de que sua função é informativa e que para cumprir bem seu papel, deve expor apenas a veracidade dos fatos, respeitando assim o seu público.

Já no caso do acidente do BOEING 737-800 da GOL, foi demonstrado maior amadurecimento ético dos jornalistas on-line, que começaram a se basear em dados basilares para melhor informar os internautas.

Hoje, no caso da menina Isabella Nardoni, morta em 29 de março do corrente ano, os jornalistas, inclusive aqueles que trabalham on-line, estão agindo de forma ética em seu ofício, transmitindo apenas a informação à qual têm acesso, permitindo, inclusive, que o pai e a madrasta da menina se pronunciassem em entrevista, sem emitir juízo de valor.

Pode-se dizer, portanto, que jornalismo, principalmente on-line, e ética estão interligados, tornando-se, basicamente, uma coisa só e parece que esses profissionais estão começando a entender isso.


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